domingo, 1 de junho de 2008

Prova?

- Agora vamos guardar todo o material. Deixem na mesa lápis, borracha e apontador, mais nada.
- É prova, professora?
- Não... É... Não é, mas é como se fosse. Eu não vou ajudar a fazer e também não pode perguntar ao colega.
- Ah, então é prova.
- ...
Começam a fazer.
"Não era pra ter falado em prova... Será que eles vão ficar nervosos agora?", ela se pergunta.
Naquela escola já não se fazia prova. A maioria ali nunca estudara em outro lugar, então a coisa da prova era algo meio desconhecido, meio assustador.
Mas não assustador como é para a maioria de nós, que passamos pelas tais provas até hoje.
Assustador do tipo misterioso mesmo, uma coisa que todo mundo fala que é ruim mas que nem se sabe por que é tão ruim assim.
Vão entregando, uma a uma.
E ela corrige logo; não pode conter a curiosidade.
Primeira aluna, acerta tudo. Ufa!
Segundo, tudo.
Terceiro, quase tudo.
E assim vai, até o último.
Todos acertam tudo ou quase tudo.
Se valesse nota, nenhum tiraria abaixo de 9.
Os olhos dela enchem d'água.
- A professora tá chorando!
- Não, é que eu tô gripada, menino. Deixa de ser bobo.
"Já posso ensinar a divisão", ela pensa.

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