quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Psique


Psique era uma princesa cuja beleza era de tal ordem que a deusa Afrodite sentiu-se tomada de ciúmes dela. Por esse motivo ordenou que o filho Eros, o deus do Amor, servisse de instrumento para punir tamanho atrevimento por parte daquela mortal.
Quase ao mesmo tempo o oráculo ordenou ao pai de Psiquê, diante de ameaças assustadoras, que conduzisse a filha para junto de um rochedo, onde um monstro horrível a tomaria como esposa.
Eros, porém ao ver Psiquê com sua beleza perturbadora, enamorou-se dela perdidamente. Descuidando-se com suas flechas, acabou ferindo-se com uma delas. As flechas de Eros eram usadas com o propósito de fazer as pessoas por elas atingidas se apaixonarem subitamente, não escapando de seu veneno nem mesmo os deuses imortais. E assim, Eros se apaixonou pela moça a quem deveria destruir por ordem da mãe.
Enquanto isso Psique, entre assustada e resignada, esperava no rochedo solitário para o cumprimento da profecia do oráculo quando começou a se sentir transportada por um vento brando, que a levou até um majestoso palácio.
Quando escureceu Psique sentiu sono, e estava quase adormecida quando um ser misterioso foi ao seu encontro, dizendo-lhe que ele era o marido a quem ela fora destinada. Psique não conseguiu ver-lhe as feições, mas sua voz era macia e sentiu que o marido lhe falava com muita ternura. O casamento foi entãoo celebrado. Porém, todos os dias, antes do amanhecer o visitante misterioso desaparecia, fazendo Psique prometer que jamais tentaria ver-lhe o rosto.Durante algum tempo, Psique viveu feliz daquela maneira.
Nada lhe faltava, exceto a presença constante do amado, que só chegava para visitá-la à noite. E sua felicidade teria continuado assim por muito tempo, não fosse pelas duas irmãs que sempre a invejaram e começaram a lançar suspeitas em seu coração, sugerindo-lhe que seu marido deveria ser um monstro horrendo para esconder-se daquela maneira.
Tanto a incomodaram com suas dúvidas que certa noite, a despeito da promessa que fizera ao marido, levantou-se da cama pé, ante pé, acendeu uma lâmpada de óleo para ver quem lhe compartilhava o leito. Ao invés do monstro, Psique viu ao seu lado o homem mais bonito do mundo, Eros. Chocada com tanta beleza, Psique sem querer espetou-se numa das flechas de Eros, jogadas aos pés da cama, e na confusão deixou cair-lhe na face um pingo de óleo fervente.
Psique então apaixonou-se perdidamente pelo jovem deus, a quem já tinha aceito porque sabia que ele a amava. Mas ao despertar com a dor da queimadura, Eros recriminou-a por sua desobediência e ingratidão, pois a avisara muitas vezes para que não tentasse saber quem ele era. Enfurecido, voou para longe, deixando-a inconsolável.
[...]

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